Fotografia

A gente se descobre aos poucos, devagar, da forma mais inesperada. Começou com fotos de família, eu preferi batê-las, já que odiava estar nelas. “Então bate a foto, é só apertar o botão”, eles diziam e eu batia sem muita opção. Aos poucos fui vendo graça nisso. Me ajoelhava, enquadrava, mandava fazerem poses. Era mesmo só apertar o botão? Se era só isso, por que eu me divertia tanto? Ganhei uma câmera, conheci fotógrafos, modelos, equipamentos, truques, poses. O mundo da fotografia é grande e fascinante. Nunca foi só apertar o botão e bater uma foto, eu estava descobrindo isso. O negócio era fazer genialidades com o simples recurso de pôr no papel o que a gente vê com os olhos. A fotografia é a arte de salvar todo o ambiente, os momentos, as pessoas, os sentimentos e eternizar isso com você. Fotografia é pintar com a luz e o ângulo. Algumas vezes a foto é extravagante e causa um “uau” nas pessoas. Outras vezes só causa calma, paz, felicidade. Mas sempre, sempre a fotografia causa alguma coisa. Não importa do que é a foto em si, mas ela causa emoções, imaginações e lembranças àqueles que a vêem. E eu amo causar coisas nas pessoas. Certo dia, conversando com um grande fotografo, eu soltei uma lamentação: “fui em um lugar tão belo. Era verde, azul, amarelo. Era tudo tão vivo. Eu queria enfiar o céu, a terra, as flores, a água, os insetos, os pássaros, eu queria enfiar aquele vento frio e essa sensação de casa, toda dentro de uma foto. Eu queria que todos sentissem o que eu senti naquela hora, sabe?”. Ele me disse que o desafio é exatamente esse. “Nunca foi só apertar um botão, lembra? A sua missão é enfiar o mundo inteiro na lente da sua câmera, e o botão… O botão é só charme”.

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